Ensino Médio (2001 a 2003) - Colégio Pedro II

Ingressei no ensino médio em 2001, no Colégio Pedro II (CPII) - Unidade Engenho Novo II, finalizando em 2003. Antes de 2001, estudei uma parte do ensino fundamental na Unidade Centro da mesma instituição. Estudar no CPII me influenciou a seguir a carreira do magistério. Fundado em 1837, é uma das instituições de ensino público de educação básica mais tradicionais do Brasil. Hoje em dia, possui 14 unidades de ensino pelo Estado do Rio de Janeiro e é uma das principais instituições de ensino público do Brasil, estando entre os primeiros colocados pelos rankings que categorizam a qualidade de ensino, a diversidade do tipo de estudante e a aprovação nas melhores universidades. Devido à grande qualificação dos professores da instituição, esta escola consegue realizar grandes transformações qualitativas na vida de seus estudantes.

Graduação - Licenciatura em Física (2005 a 2010) - UFF e UFRJ

Ingressei no curso de bacharelado e licenciatura em Física no início de 2005 no IF-UFF, onde, na época, eram cursos integrados, escolhendo desde o início cursar a Licenciatura. Porém, devido à necessidade de ingressar no mercado de trabalho desde o início da graduação, não consegui acompanhar um curso de horário integral, pois havia problemas, entre eles, a distância entre a faculdade, trabalho e residência, e a falta de tempo para estudar, pois não havia bolsas de estudos para estudantes de licenciatura que desejavam realizar pesquisas em Ensino de Física. As oportunidades que apareciam era de realizar Iniciação científica nas área da física teórica, experimental ou aplicada, e que não dialogavam com pesquisas no campo de ensino de física, o que não me atraia, pois na época, já tinha o objetivo de ser pesquisador na área de Ensino de Física. Por isso, decidi procurar alternativas para continuar o meu objetivo e minha formação acadêmica. No meio de 2007, realizei a prova de transferência externa para o curso de Licenciatura da UFRJ, que era noturno, além de ser mais próximo de minha residência. Aproveitei os créditos cursados na UFF, e dei seguimento a minha formação na licenciatura em física e na busca pelo ingresso na pesquisa em Ensino de Física. Na UFRJ, consegui realizar uma iniciação científica, em 2009, no Instituto Nutes de Educação em Ciências e Saúde (NUTES), sendo orientado pela professora Flávia Rezende em uma pesquisa com o tema: Ensino de Ciências de qualidade na perspectiva de professores do ensino médio. Finalizei todas as disciplinas no fim de 2010 e defendi a monografia em fevereiro de 2011, e obtendo o diploma.

Mestrado - Ensino de Ciências da Natureza (2013 a 2015) - PPECN/UFF

No mercado de trabalho na área de ensino de física entre 2005 e 2013 (sem diploma entre março de 2005 e fevereiro de 2011), procurei por cursos de mestrado profissional em Ensino de Ciências, com ênfase em Ensino de Física. Optei pela escolha do mestrado profissional, pois é um curso que a característica é ter estudantes que estejam no mercado de trabalho, e que é necessário produzir um produto educacional que faça conexão entre as pesquisas realizadas nas universidades com as escolas do nível básico. A UFF oferecia um curso de mestrado profissional no Programa de pós-graduação em Ensino de Ciências da Natureza (PPECN), em que o objetivo era ter alunos que eram professores que já estavam no mercado de trabalho, para que estes desenvolvessem pesquisas que pudessem ser aplicadas em sala de aula. Participei da seleção e fui aprovado, iniciando em agosto de 2013. No primeiro ano, cursei as disciplinas já pensando no produto final e busquei elaborar uma pesquisa que dialogasse com a Divulgação Científica no Ensino. Fui aceito pela professora e então orientadora Kita Macario. Elaboramos um material para divulgar, nas escolas básicas, três laboratórios do Instituto de Física da UFF e o museu de ciências (Casa da Descoberta - Instituto de Física da UFF). Ao terminar as disciplinas, já tinha a metade de meu trabalho realizado e, no segundo semestre de 2014, elaborei o texto da dissertação, defendendo em fevereiro de 2015. O tema foi: "Visitas Virtuais como instrumento motivacional para o ensino de ciências e divulgação científica".

Escola CERN (2017) - LHC/CERN

Incluo em minha formação acadêmica a participação na Escola CERN em Língua Portuguesa. Foi um divisor de águas em minha formação. A Escola CERN é um curso de formação continuada para professores de física, realizado no LHC ("Large Hadron Collider" que pode ser traduzido como Grande Colisor de Hadrons), que fica na "Organização Europeia para Pesquisa Nuclear" (CERN), na Suíça e França. Em 2017, foram selecionados 20 professores de todo o Brasil, e fui o representante do Estado do Rio de Janeiro. Passamos cerca de três dias em Lisboa (Portugal) e tivemos aulas no Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP), seguindo para sete dias hospedados dentro do CERN, realizando visitas aos laboratórios na Suíça e na França, e tendo aulas sobre física de partículas, além de ficarmos imersos na atmosfera da pesquisa da fronteira do conhecimento. À partir da volta para o Brasil, recebemos "a missão" de sermos embaixadores e divulgadores do CERN para a sociedade, e, principalmente, para os estudantes da educação básica. Fiz uma grande divulgação, ainda em 2017, o que abriu novos horizontes para a minha formação, pois conheci diversos outros laboratórios, como a nova fonte de luz síncrotron brasileira, o Sirius, pertencente ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas. Nos anos seguintes, realizei atividades de Física de Partículas no Ensino Médio e retornei ao CERN mais três vezes (uma em 2018 e duas em 2019), sendo que duas delas com 55 estudantes no ensino médio. Retornei ao Sirius (2018 e 2019) também com 40 estudantes de Ensino Médio, além de realizar três visitas técnicas com professores do Ensino Médio, sendo que a terceira, em 2019, dois ônibus saíram do RJ com 60 professores de física, química e biologia. Com este trabalho de divulgação, fui convidado para participar do comitê de organização de uma escola de formação continuada que estava sendo criada no CNPEM. Fui o responsável por batizar com o nome de "Escola Sirius para Professores do Ensino Médio" (ESPEM) e, desde 2018, participo de todas as etapas de organização, o que gerou dados para minha pesquisa de doutorado.

Doutorado - Ensino de Física (2018 a 2021) - PEMAT/UFRJ

Comecei as pesquisas no Doutorado em 2018, com um ano de dados já coletados para a pesquisa, antes de realizar as disciplinas obrigatórias, que foram realizadas em 2019 e 2020. Fui acompanhado pelo orientador e hoje grande amigo Prof. Dr. Antonio Carlos Fontes dos Santos no desenvolvimento de uma pesquisa que resultou em diversas análises do curso de formação continuada criado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). Fazemos parte da criação do comitê de organização da Escola Sirius para Professores do Ensino Médio (ESPEM), que foi o produto de minha pesquisa no doutorado, e representamos a Sociedade Brasileira de Física (SBF) no CNPEM. Realizei uma pesquisa envolvendo diversos aspectos, como a divulgação da escola de formação continuada para professores em todo o país, aspectos relacionados à valorização e ao reconhecimento da ciência brasileira pelos professores (decolonialidade no ensino de ciências), e análises dos discursos dos professores, além dos resultados da ESPEM, com o impacto na carreira e na formação dos professores que participaram das duas primeiras edições. Esta pesquisa, que teve como titulo "A luz síncrotron na formação de professores do Ensino Médio" foi defendida em março de 2021, e continua a ser realizada, gerando trabalhos publicados em periódicos nacionais e internacionais relevantes para a área de ensino de física. Desde à defesa, já foram realizadas mais três edições da ESPEM (2021, 2022 e 2023), atendendo, até agora, 614 professore, e estamos na organização da 6ª edição para ser realizada em 2024.

Pós-doutorado (2021 a 2022) - Instituto de Física da UFRJ

Estágio pós-doutoral com pesquisa de título: "Astropartículas: a física dos neutrinos, da matéria escura e dos raios cósmicos na educação básica e na divulgação científica."

A física de Astropartículas (fusão entre a física de partículas, astronomia e astrofísica) é uma área que, entre as suas especialidades, investe grande parte de suas pesquisas em desenvolvimento de material técnico e humano nos temas de física dos neutrinos, a matéria escura e dos raios cósmicos. Diversas instituições internacionais como o LHC/CERN, o GIANT RADIO ARRAY FOR NEUTRINO DETECTION (GRAND), que fica localizado na China, o Observatório Auger, que fica localizado na Argentina, e o DEEP UNDERGROUND NEUTRINO EXPERIMENT (DUNE), que fica localizado nos Estados Unidos, trabalham fortemente na detecção e investigação de cada um dos temas citados. Temas muito caros à ciência de fronteira e que precisam de uma linguagem acessível para o público geral, e, por isso, de uma aproximação dos conceitos com os conceitos que são estudados na educação básica. Me vinculei a esta pesquisa com o foco de elaborar materiais de divulgação científica, de construir sequências didáticas para serem aplicadas com estudantes nas escolas de educação básica, e de estruturar estratégias para complementação e formação pedagógica de professores de ciências da natureza (física, química e biologia), aproximando a universidade e a pesquisa que está na fronteira do conhecimento com a educação básica.